Gus percebeu que entrar em contato com o ambiente é uma saída para que as pessoas melhorassem seu estado mental e olhassem mais para a beleza que está na frente delas
Quer conhecer o Gus mais de perto? Ouça no podcast da Clear Purpose um pouco mais sobre sua história e visão.
Um dia, Gustavo Vedana, chegou ao trabalho, pela manhã, se sentindo muito cansado. Não que ele tivesse pegado trânsito ou um ônibus lotado no caminho até a agência de comunicação onde trabalhava - o trajeto era a pé e durava 15 minutos.
Seu cansaço, ele percebeu, era mental.
"Pensei: que absurdo isso. Era um percurso gostoso a pé. Não fazia sentido estar cansado daquele jeito. E aí percebi que estava cansado de tanto pensar naquelas sete quadras. Pensar no que tinha feito, no que achava que tinha que ter sido diferente... pensando em tudo", conta.
Gus, como é carinhosamente chamado pelos amigos, tratou esse dia como uma revelação, e passou a treinar que sua mente ficasse quieta durante o caminho. Ele começou a chegar ao trabalho muito mais leve.
Mais do que isso: ele entrou em contato com coisas que nunca havia visto naquele caminho. Os prédios, casas, carros e, principalmente, as plantas, que sempre chamaram sua atenção.
"Eu precisei sair da minha cabeça para olhar para esses seres extraordinários que compartilhavam a vida comigo. Aí percebi, com clareza, a beleza do mundo e a importância de usar essa postura como fonte de bem-estar, prazer, descanso e, para além disso, de criatividade, de repertório e de fonte de inspiração."
Havia um próximo passo: como fazer com que essa experiência fosse compartilhada pelas pessoas, e que elas também pudessem usufruir o que já está na frente delas?
Direcionando o olhar para fora
Depois de descobrir o framework do Clareamento de Propósito, Gus - hoje com 29 anos e com uma carreira estabelecida como gerente de conteúdo audiovisual - decidiu passar pelo processo, em busca de descobrir uma forma de entregar seu talento para as pessoas.
O framework serviu para isso. Gus entrou em contato com todo seu potencial e sua vontade de servir às pessoas. Sua visão, então, se tornou mais clara: ajudar as pessoas a contemplar, enxergar a beleza e, a partir disso, sair de um estado de autocentramento.
"Todo exercício de cuidar e se abrir para entender algo que está fora da gente é algo que nos invade e a gente nunca esquece, porque é muito prazeroso", diz Gus.
Para isso acontecer, Gus usaria toda sua habilidade com decoração e criação de ambientes, além do conhecimento sobre plantas e flores, para que as pessoas pudessem manter uma sensação de calma e bem-estar.
O cuidado com as flores se estende a todos os relacionamentos
Depois de muitos testes e estudos dentro do processo do framework, ele foi para a prática. Primeiro, pensou num projeto direcionado para as empresas, que visa trazer mais verde para os escritórios. "Além de trazer uma sensação de bem-estar, um ambiente mais verde pode inclusive levar a uma maior produtividade", conta.
Mas o trabalho não envolve simplesmente colocar mais plantas ou flores nos ambientes. O que Gus quer estimular, principalmente, é a contemplação. A natureza, assim, se torna uma ferramenta para que a pessoa saia de um ambiente mental agitado e conturbado e entre num estado mais calmo, relaxado, e com a percepção trabalhando em outro lugar.
A partir dessa observação, veio a ideia de mais um projeto: a entrega de flores e plantas, por meio de uma assinatura, para que as pessoas recebam em casa em períodos determinados.
"A gente faz uma composição de flores da época, separadas por produtores de flores e plantas, e envia um conteúdo para que as pessoas possam entendê-las melhor e aumentar o nível de relacionamento com elas, sabendo como elas são cultivadas e onde podem ser utilizadas."
Ao concluir o seu processo, já com uma visão final sobre o impacto que estava trazendo, Gustavo viu que seu objetivo era demonstrar que esse relacionamento mais estreito com as plantas e flores pode ser expandido a todos os relacionamentos que a pessoa tenha no mundo.
"Essa prática de cuidado e observação das plantas e flores, vendo todos os dias como ela está, como ela mudou, entender como ela está vivendo, se ela precisa de mais água, de mais luz... isso já é uma prática de relacionamento, que é estendida a todos os outros. As pessoas saem dos próprios pensamentos para e olhar e cuidar, em todos os âmbitos de sua vida."



